"Que conselhos pode um escritor mais velho arrogar-se o direito de oferecer a um jovem escritor? Só se for o que ele ou ela gostaria de que lhe tivessem dito anos antes. Não te deixes desanimar! Não te ponhas a olhar pelo canto do olho, na tentativa de estabelecer comparações com os teus pares! (Escrever não é uma corrida. Na verdade, ninguém "ganha". A satisfação reside no esforço, e raramente nas eventuais recompensas que daí advêm, se é que elas existem.) E, ainda e sempre, põe no papel tudo o que te vai na alma.
Lê imenso e sem pedir desculpa. Lê o que te apetecer ler, e não o que te dizem para ler. (Como Hamlet confessa:"Eu não sei usar de aparências".) Mergulha na leitura de um escritor de quem gostes e lê tudo o que ele ou ela escreveram, incluíndo as primeiras obras. Especialmente as primeiríssimas obras. Antes de o grande escritor se ter tornado grande, para não dizer bom, ele/ela andava às apalpadelas, a tactear para ver se encontrava uma voz, exactamente como se calhar acontece contigo.
Escreve para o teu tempo, se não mesmo única e exclusivamente para a tua geração. Não é possível escrever para a "posteridade" - tal coisa não existe. Não podes escrever para um mundo que já foi, corres o risco de te dirigires, inconscientemente, a um público que não tem rosto; de tentar agradar a alguém que não se mostrará reconhecido, ou que não merece que lhe dêem esse gosto."
Joyce Carol Oates em "A Fé de um Escritor", na escrita tudo pode ser aprendido, desde a técnica narrativa à criatividade literária.
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